sábado, 18 de junho de 2011

terça-feira, 15 de junho de 2010

VIDAS LUSÓFONAS

Biografia de D. João I, Mestre de Avis (VER AQUI).

terça-feira, 1 de junho de 2010

Alhos Vedros: Bilhete de Identidade

Alhos Vedros é uma vila essencialmente dormitório, apesar da existência de pequenas e médias indústrias (confecção e cortiça) e comércio reduzido. Uma parte significativa da população local exerce a sua actividade fora da zona, no sector industrial e terciário, utilizando para o efeito transportes públicos (rodoferroviários e fluviais) ou viatura própria.
A implantação da malha urbana primitiva de Alhos Vedros está intimamente relacionada com as funções ribeirinhas que lhe serviram de suporte económico. Assim, a formação urbana paralela ao esteiro, apoiando-se nos caminhos rurais, como directrizes de crescimento, foi uma constante nestes aglomerados ribeirinhos. O desenvolvimento urbano do núcleo antigo faz-se, primeiramente, nos primeiros decénios do século XX, por preenchimento da malha urbana, originando uma organização morfológica em "quarteirão".
Com o aparecimento do caminho de ferro são induzidas outras funções, prevalecendo, em meados do século XX (anos 40), a actividade corticeira, que transformam radicalmente a imagem urbana do aglomerado, fazendo-o aparecer como vila-indústria, onde esta actividade rivaliza, em ocupação do solo, com as actividades residenciais.
É nesta época que se dá o grande crescimento urbano, com base na formação de bairros operários, sendo o organismo urbano atraído na direcção da estação de caminho de ferro e, igualmente, no sentido oposto ao esteiro, apoiado na estrada nacional Barreiro-Montijo.
A expansão urbana para Nascente debate-se com o problema da ligação dos tecidos urbanos, contrariando o prolongamento axial do núcleo, apoiado nos caminhos paralelos ao esteiro. Paralelamente e a Sul do caminho de ferro, o fraccionamento de prédios rústicos, consolidado por edificação, dá origem ao aparecimento de bairros periféricos de formação "espontânea". Também durante esta época (anos 40 a 70), altera-se profundamente a estrutura urbana do núcleo antigo, por substituição tipológica quase radical.

A Igreja Matriz de Alhos Vedros é também designada por Igreja de São Lourenço. A sua fundação remonta, possivelmente, a fins do séc. XIII, mas da construção primitiva nada resta. Existe um documento que compelia a igreja a contribuir para despesas de guerra, sendo este o primeiro a referênciar a igreja de São Lourenço em 1320, podendo-se desta forma afirmar que a sua construção é sem dúvida anterior ao séc. XIV.
É uma igreja de nave única com capela-mor e capelas laterais. Apresenta duas particularidades interessantes, uma é o facto de estar localizada de frente para o rio Tejo, fora do centro da vila o que revela a importância económica e social do rio, a outra é o facto da sua porta principal localizar-se para poente e mais uma vez não para a população. Esta última situação dever-se-à talvez à possibilidade dos cristãos ao participarem no culto poderem estar voltados para oriente onde Jesus Cristo nasceu e donde provém a luz.
Esta igreja, tal como a conhecemos é um conjunto estilístico heterogéneo o que revela modos diferentes de encarar a Morte, a Vida e a Devoção. Expressão desta Devotium Moderna (religiosidade interiorizada e o assumir individual da morte) encontra-se nas iniciativas privadas de edificação das capelas, onde é possível fazer uma leitura do universo mental e religioso desde o séc. XV ao séc. XVIII.

A capela de São Sebastião (primeira do lado direito, junto à porta) de estilo gótico foi edificada no séc. XV por Pero Vicente (1) tendo sido sepultado com sua mulher Constança Vaz na capela. A capela foi restaurada por Fernão do Casal (filho do fundador), tendo sido o mesmo sepultado em túmulo com estátua jacente. Femão do Casal foi cavaleiro da casa de D. Afonso V e foi morto na batalha de Zamora em 1476. É o único exemplar de tumulária nobre quatrocentista no distrito de Setúbal: a estátua sobrepujada por um brasão de armas com cinco florões de lis, apresenta Femão do Casal com uma armadura, empunhando uma espada e com a cabeça repousada sobre uma almofada bordada e pés assentes numa mísula lavrada.
Posteriornente em 1730 uma nova iniciativa particular manda revestir as paredes da capela de azulejos brancos e azuis reflectindo uma religiosidade barroca (uma atitude religiosa mais exteriorizada, em que, a comunicação sob todas as formas e a ocupação dos sentidos têm uma função primordial na transmissão da mensagem religiosa).
Este empenhamento piedoso laico reflecte-se nas restantes Capelas, as quais se vão afirmando em estrita articulação com o espaço religioso e com a crença numa vida "post.mortem".

A capela de São João Baptista (terceira do lado direito) de estilo Manuelino tem as paredes cobertas de azulejos, do tipo de aresta (azulejos sevilhanos hispano-árabes), da primeira década do séc. XVI. No chão da capela encontra-se a sepultura de Pero Gomes de Faria (1517), cavaleiro de D. Manuel I e possivelmente fundador da capela. A capela de N.ª Sr.a do Rosário (primeira do lado esquerdo) é datada do séc. XVII com azulejos datados mas provavelmente do séc. XVIII onde está representada a vida da Virgem.

A capela de N.ª Sr.a dos Anjos (Segunda do lado esquerdo) está datada do séc. XVI e nela pode-se observar uma cúpula mourisca e sepulturas da família Mendonça Furtado, provavelmente seus fundadores. É nesta capela que está depositada a imagem de N.ª Sr.a dos Anjos, datada do séc. XV, feita em pedra e com o menino no braço esquerdo. Segundo a tradição esta imagem está relacionada com milagres e é alvo de devoção em procissão anual. No baptistério da igreja existem azulejos do séc. XVIII onde está representado o baptismo de Jesus.

O corpo da igreja sofre intervenções no séc. XVII, ao nível da pintura do tecto, ostentando o caixotão central uma pintura de intensa policromia sobre o martírio de S. Lourenço, e no séc. XVIII ao nível do revestimento em azulejos. Numa perspectiva de valorização e de enquadramento do Património Histórico e Ambiental, a Câmara melhorou a envolvência paisagística do monumento, ao proceder à construção do Parque das Salinas.

(1) - Pero Vicente era criado da Casa do Infante D. Fernando. Este infante D. Fernando era filho do rei D. Duarte, 1º Duque do Beja, 2º Duque de Viseu e Mestre da Ordem de Cristo.

(2), antigo juiz da Sisa de Alhos Vedros, Coina, Aldeia Galega e Alcochete. Constança Vaz foi a sua primeira mulher e mãe de Fernão do Casal, após a morte daquela, casou-se pela segunda vez, com Catarina Lopes, a Bulhoa, dama de honor da Infanta Dª. Leonor, irmã de D. Afonso V.
Segundo Alexandre Herculano, na sua História de Portugal, os pelourinhos teriam tido origem na "columna moenia" romana, a qual conferia à cidade que a possuia, determinados privilégios.

Em Portugal, a partir dos finais do século XII, quando se começaram a erguer
pelourinhos, no forum dos centros urbanos (cidades ou vilas), também estas colunas de pedra significavam o distintivo da jurisdição administrativa dum concelho e da sua autonomia municipal.
Além do seu poder jurisdicional, serviam ainda como locais, onde eram imputados castigos públicos aos delinquentes. Estes eram amarrados à coluna e aí eram açoitados ou mutilados, de acordo com a gravidade do delito praticado. Mas a partir do século XV, os pelourinhos deixaram de estar associados à ideia de castigo e passaram a designar o local, onde se fixavam os alvarás e éditos. Na generalidade, a construção de tais monumentos vinha sempre na sequência da outorga da carta de foral.

O pelourinho de Alhos Vedros é disso exemplo. pois resulta da concessão do foral à vila (1514), enquadrando-se na acção política de reorganização administrativa, encetada por D. Manuel I (ao reformar os forais, compilados na "Leitura Nova", mandou construir novos pelourinhos).
Por esta razão, o referido pelourinho, não só constitui o símbolo do poder municipal, da vila de Alhos Vedros, sobre as terras vizinhas, como também é um testemunho material da política reformista. empreendida por esse rei. Além do seu significado político, reúne também em si valor artístico e arquitectónico, relacionado com o estilo da época.
Assim sendo, trata-se de um monumento manuelino, do século XVI: a Base apresenta-se decorada por um singelo entrelaçado; a Coluna alta, de superfície plana, é sob repujada pelo Capitel, de forma prismática e lisa; o qual termina no Remate, decorado com a esfera armilar, símbolo emblemático do Rei Venturoso

A Igreja da Santa Casa da Misericórdia foi construída em 1587, a deduzir pela leitura da inscrição sobre o portal. Embora se desconheça a história desta igreja, pensa-se que terão sido os rendimentos da instituição, bem como os donativos e doações de benfeitores, as principais fontes de receita que custearam as obras da sua construção. Associada à necessidade do serviço religioso, a Igreja da Misericórdia reflecte as ideias da época e da comunidade, profundamente marcadas pela perspectiva religiosa.
Assim, a conjugação da corrente renascentista ao nível do portal, com a nova corrente artística, o maneirismo, sobretudo ao nível da planta, testemunha o pensamento e a necessidade às novas exigências, físicas e funcionais do espaço religioso. Cria-se, deste modo, uma nave única, um espaço público de vivência comunitária, onde as funções litúrgicas são profundamente marcadas pela pregação. Daí o púlpito estar situado, sensivelmente, a meio da nave, de forma que a voz do orador se possa ouvir na totalidade do espaço.
O plano desta Igreja constitui um claro exemplo do "estilo chão", uma arquitectura despojada de elementos decorativos, fria e funcional que marcou as construções religiosas entre o fim do séc. XVI e meados do séc. XVII. Conforme a regra da arquitectura religiosa, está orientada longitudinalmente para Nascente, já que a implantação de uma igreja tinha de obedecer não só a necessidades físicas, mas também simbólicas.
A capela mor constitui o espaço mais nobre e sagrado, daí resultando uma série de soluções destinadas ao seu realce, por isso apresenta-se a um nível superior ao do corpo da Igreja.
O altar mor é o seu ponto central e ostenta um retábulo de talha dourada que evidencia características maneiristas tardias (fim do século XVII). A sua estrutura encontra-se organizada como um arco de triunfo, formando uma larga cobertura central, onde albergaria uma tribuna. Tendo por base as "Informações Paroquiais', "uma bela e esmerada imagem do Senhor dos Passos, que dizem ter vindo das pares da Índia por ordem dos Mendonças (D. Luís de Mendonça Furtado, Vice-Rei da Índia de 1571 - 1677), fidalgos da Cova", estaria colocada nesta tribuna do altar mor.
Do conjunto destacam-se, pela sua concepção, os dois pares de colunas torsos que imitam o lápis-lazúli, com capitéis coríntios e fustes ligeiramente talhados com algumas ramagens. Estes pares de colunas marcam as edículas laterais que ladeiam a abertura central. O remate superior do retábulo é preenchido por uma imagem do Sagrado Coração de Jesus e por anjos nas zonas laterais, o que ajuda a unificar toda esta belíssima composição, com prenúncios do Barroco.
A azulejaria que reveste as paredes da igreja é datada da primeira metade do século XVIII, reflecte já uma religiosidade barroca, de intensa fulgurância visual, na medida em que procura transmitir a mensagem religiosa através da ocupação dos sentidos. Os painéis, envolvidos por cercaduras altamente ornamentadas, foram concebidos como autênticos cenários teatrais.
A Igreja da Misericórdia, pelas suas características arquitectónicas/artísticas constitui um extraordinário documento histórico que encerra em si a dimensão de um passado, rico em significados e com a possibilidade de resistir no tempo.

Perto da Estação Ferroviária de Alhos Vedros existe um velho Poço, considerado um monumento histórico. Trata-se do chamado Poço "Mourisco" que, segundo a tradição oral, teria sido construído durante a dominação árabe. Mas na verdade, trata-se de um poço quinhentista, decorado com elementos colhidos da natureza, sendo de realçar o ramo de oliveira com azeitonas. a flor de lis e a cabaça, símbolo da Ordem de Santiago. Ao longo dos tempos. teceu-se uma lenda a respeito do mesmo: "quando algum rapaz ou rapariga com a cabeça conseguir partir a cabaça que nele se encontra esculpida, dele sairá um tesouro imenso de moedas em ouro que o tornará feliz por toda a vida". As pedras cimeiras apresentam profundos sulcos que teriam sido abertos pelo roçar das cordas no vai-vem dos baldes o que demonstra grande utilização. Na década dos anos 60, não sabemos a que propósito, o poço foi atulhado e nem as históricas pedras do resguardo escaparam ao "camartelo" indo jazer no fundo sob o entulho.
No entanto o bom senso viria a vencer a incoerência e, algum tempo depois, o "Poço Mouro" foi reaberto e o resguardo. um tanto danificado, foi reposto no seu lugar e lá está atestando a passagem de povos remotos pela vila de alhos Vedros.

O Palacete da Quinta da Fonte da Prata constitui um belo exemplar da arquitectura revivalista, na medida em que procura imitar as casas solarengas do século XVIII, como diz a Construção Moderna, de 25 de Julho de 1915, p. 106 "(...) pode dizer-se que é uma residência do século XVIII edificada no século XX, mas que, parece ter, realmente a antiguidade que a sua arquitectura indica (...)".
Esta Casa edificada cerca de 1910, foi projecto do arquitecto Guilherme Eduardo Gomes que procurou construir uma casa de arquitectura requintada, conforme o modelo e o carácter português setecentista e de forma a evidenciar a abastança, o gosto e o estilo de vida do seu titular. É um pequeno mundo que contém as comodidades que a vida da época exigia. Assim, o andar térreo seria destinado a serviços indispensáveis, arrecadações e o primeiro andar, a parte nobre da casa, seria habitada pela família.
Mas a concepção da casa passa não só por exigências de conforto, como também de arte e deste modo vemos surgir paredes revestidas de azulejos, uma grande varanda que se abre para o exterior para permitir a contemplação da natureza, uma escadaria interior requintadamente trabalhada em madeira, a cantaria que envolve as janelas e portas ricamente decorada procurando imitar a ornamentação Manuelina; bem como o emprego do estuque em magnífica obra artística para os tectos de algumas das salas.
É uma construção que reflecte antes de mais a estrutura agrária que o Município da Moita conheceu no século XX, uma grande propriedade altamente rentabilizada e conhecida por uma classe de latifundiários já bastante esclarecidos. Dado a sua situação de eminente ruina, a Câmara Municipal cedeu este espaço com o intuito de ser recuperado na sua traça arquitectónica original. Presentemente está a funcionar como uma Instituição Particular de Solidariedade Social (Centro Fonte da Prata), com vista à recuperação de toxicodependentes.

O moinho de maré do cais de Alhos Vedros, integrado no Palácio dos Condes de São Payo, remonta aos inícios do século XVIII e foi propriedade da família Tristão Mendonça Furtado e laborou até 1940. Tendo sido adquirido em 1986 pela C.M. Moita, encontra-se em recuperação com vista ao seu aproveitamento museológico.
Outros pontos de interesse são: frente à Igreja Matriz situa-se o Parque das Salinas; junto à estação da CP encontra-se o portal da Corchera;e o monumento à cortiça na Estrada Nacional.

No mês de Julho, decorre a Festa em Honra de Nª. Srª. dos Anjos, a mais antiga das festividades religiosas do concelho. Confundem as suas origens com uma lenda: a aproximação dos exércitos de Almansor (emir Almorávida que lançou em 1190 uma ofensiva a partir de Marrocos com o objectivo de recuperar as terras conquistadas por D. Afonso Henriques) ao castelo de Palmela, levou a que parte da população daquele castelo fugisse para as terras que hoje são Alhos Vedros. Pediram a Nossa Senhora dos Anjos que os protegesse das investidas do exército de Almansor. Como pagamento pela promessa, o povo de Alhos Vedros todos os anos celebra Nossa Senhora dos Anjos.
No século XVI esta romaria devia ser a mais importante da margem sul do estuário do Tejo. Quando em 1521 foi criado o Concelho do Barreiro, o rei D. Manuel determinou no foral que os vizinhos do novo município contribuissem para a procissão em Honra de Nossa Senhora dos Anjos.

O Corso Carnavalesco realiza-se Domingo e Terça-Feira de Carnaval. É uma festa popular que atrai muitos visitantes às ruas da Vila.

Na Barra Cheia, zona rural da freguesia, realiza-se, em Outubro, a Festa de Nª. Srª. da Atalaínha. Parece remontar a 1850, derivando o seu nome da grande devoção à Nª. Srª. da Atalaia do Montijo. A festa realiza-se sempre no final da época das colheitas, período do ano em que os trabalhadores estão mais disponíveis para uns momentos de encontro com a história e a realidade local.

O Rancho Etnográfico de Danças e Cantares da Barra Cheia organiza anualmente três festivais internacionais de folclore que têm lugar em Abril, Julho e Setembro, em Alhos Vedros, Barra Cheia e Moita, além de outra localidades da região da Costa Azul.
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Dados Estatísticos da Freguesia de Alhos Vedros
Área da Freguesia: 1.525 ha
População da Freguesia: 12.614 (2001)
11.421 (1991)
9.947 (1981)
Eleitores: 10.199 (1997)
Edifícios: 2.984 (2001)
Alojamentos familiares: 6.014 (2001)
Alojamentos colectivos: 10 (2001)
Colectividades e Associações: 21
Jornais: 1
Bibliotecas: 1
Pré-escolar: 5
Escolas do 1º ciclo: 6
Escolas do 2º e 3º ciclos: 1
Escolas de ensino especial: 2
Parques urbanos: 1
Campos polidesportivos: 2
Campos de futebol: 1
Piscinas: 1
Campos de ténis: 2
Centros de saúde: 1
Farmácias: 2
Hospitais: 1
Estações dos correios: 1
Estações de comboios: 1
Mercados: 1

in, Jornal O Rio

Moinho da Encharroqueira

http://aliusvetus.weebly.com/moinho-encharroqueira.html

El-Rei Seleuco, de Luís Vaz de Camões

El-Rei Seleuco é o nome de uma peça de teatro de Luís Vaz de Camões.
Trata-se de um auto que satiriza a nobreza. A trama baseia-se na intenção do rei de desposar a mulher que o seu filho ama. A atribuição do El-Rei Seleuco a Camões, porém, é controversa. Sua existência não era conhecida até 1654, quando apareceu publicada na primeira parte das Rimas na edição de Craesbeeck, que não dá detalhes sobre a sua origem e teve poucos cuidados na edição do texto. A peça também diverge em vários aspectos das outras duas que sobreviveram, tais como em sua extensão, bem mais curta (um ato), na existência de um prólogo em prosa, e no tratamento menos profundo e menos erudito do tema amoroso. O tema, da complicada paixão de Antíoco, filho do rei Seleuco, por sua madrasta, a rainha Estratônica, foi tirado de um fato histórico da Antiguidade transmitido por Plutarco e repetido por Petrarca e pelo cancioneiro popular espanhol, trabalhando-o ao estilo de Gil Vicente.[1][2]

In Wikipedia

Passagem onde, estranhamente, se faz referência a Alhos Vedros:
Diz logo o Mordomo [Escudeiro], ou dono da casa:
is, senhores, o Autor, por me honrar nesta festival noite, me quis representar üa farsa;
e diz que por se não encontrar com outras já feitas, buscou uns novos fundamentos para a quem tiver um juízo assi arrazoado satisfazer. E diz que quem se dela não contentar, querendo outros novos acontecimentos, que se vá aos soalheiros dos Escudeiros da Castanheira, ou d'Alhos Vedros e Barreiro, ou converse na Rua Nova em casa do Boticário, e não lhe faltará que conte. Porém diz o Autor que usou nesta obra da maneira de Isopete. Ora quanto à obra, se não parecer bem a todos, o Autor diz que entende dela menos que todos os que lha puderem emendar. Todavia, isto é pera praguentos: aos quais diz que responde com um dito de um filósofo, que diz: Vós outros estudastes para praguejar, e eu pera desprezar praguentos. E contudo quero saber da farsa, em que ponto vai. Moço! Lançarote!

Esta é a versão em html do arquivo http://www.infor24.net/reciclartes/amargo_de_boca/Lit_PT/LVCAMOES/el_rei_seleuco_camoes.rtf.